O debate sobre o futuro do trabalho está longe de chegar ao fim. A verdade é que o crescimento exponencial da tecnologia torna o mercado que conhecemos cada dia mais obsoleto. O assunto foi até matéria da última edição do programa Pequenas Empresas e Grandes Negócios sobre profissões do futuro, na qual a Descola – nossa unidade de aprendizagem de inovação e empreendedorismo online- é citada na reportagem por oferecer cursos para este novo mercado (assista aqui a matéria completa).

Já parece indiscutível que a tecnologia vai sim substituir muitos postos de trabalho. No entanto, o debate precisa ir além de como e quando para conversar sobre o que será função da máquina e o que será função do ser humano.

Tecnologia: vilã ou aliada? 

Antes que soe um alarme para o fim do mundo, vale a pena ressaltar que a tecnologia sempre surge para facilitar a nossa vida. Como é o exemplo do autoatendimento, que começou revolucionando os bancos com os caixas eletrônicos e hoje já está começando a ser visto em farmácias, supermercados, restaurantes, etc. Outra evolução a partir do autoatendimento são os bancos digitais, onde o usuário tem autonomia para gerenciar tudo pelo celular.

O trabalho irá sim mudar muito nas próximas décadas em função da tecnologia, mas o futuro é muito promissor para os profissionais que conseguirem tomar contato com sua sensibilidade humana, pois é isso que nos difere das máquinas. A tecnologia vai ocupar os empregos operacionais, o que é algo muito positivo, afinal, teremos mais tempo e dedicação para colocar energia no que nos diferencia e nos torna humanos. Entender melhor o que nos inspira, a nossa intuição, capacidade criativa e de inovação.

O valor da humanidade

As máquinas são melhores e mais rápidas que nós na hora de desempenhar funções repetitivas, mas elas ainda não estão à altura da nossa capacidade de imaginação e desenvolvimento de estratégia. A tecnologia que temos ainda não é capaz de criar relações, algo tão valioso para gerenciar e desenvolver pessoas. A tomada de decisão, o planejamento estratégico e o trabalho criativo ainda dependem exclusivamente da capacidade humana e isso é o que temos de mais valioso para entregar para o mundo.

O futuro do trabalho humano será a imaginação e a estratégia. O nosso grande diferencial é a nossa própria humanidade. Quanto mais a tecnologia se desenvolver, mais iremos tomar contato com aquilo que nos torna especiais. A criatividade, empatia, olhar estratégico, olhar crítico, experimentação, imaginação, inteligência emocional, autoconhecimento, experiência de vida, relacionamentos interpessoais, valores pessoais, são apenas alguns dos fatores que irão nos diferenciar das máquinas no mercado.

Como se preparar para o futuro do trabalho?

Estar pronto para o futuro não significa somente desenvolver habilidades técnicas e conhecimentos profundos das coisas, mas sim a capacidade de adaptação e de criação sensível e empática. A tecnologia vai substituir o modo de trabalho, mas não precisa substituir as pessoas que o fazem.

Nesse sentido, a educação precisa se modificar completamente para não ficar ainda mais obsoleta. A missão será desenvolver o campo pessoal da aprendizagem ativa, onde o aprender a aprender é indispensável para cada profissional. A experimentação das ideias, onde criamos coisas novas e aprendemos na prática, será um importante ponto de equilíbrio.

Inclusão digital já! 

O grande perigo que corremos é ver esse futuro chegar incluindo poucas pessoas. Nosso desafio para os próximos anos é acelerar os processos e realizar uma verdadeira inclusão social coletiva para que toda a sociedade seja levada a esse futuro. As organizações têm um papel fundamental de implantar as novas tecnologias e desenvolver as habilidades humanas de maneira paralela.

Apesar do medo, dos desafios e da insegurança que cerca algumas pessoas, a perspectiva que temos de futuro do trabalho é muito boa. Podemos escolher usar a inteligência artificial e outras tecnologias emergentes para substituir o trabalho humano, ou podemos usá-las para aumentar nossa capacidade produtiva, aprimorar a qualidade daquilo que entregamos e principalmente utilizá-la para ter mais tempo. Tudo é uma questão de escolha e preparo.

 

 

 

Ricardo Ruffo

Ricardo Ruffo is a born entrepreneur, educator, speaker and explorer. As a writer by passion Ricardo daydreams on how the world is changing fast and how it could be.

Ruffo is the founder and global CEO of Echos, an independent innovation lab driven by design and its business units: School of Design Thinking, helping to shape the next generation of innovators in 3 countries, Echos – Innovation Projects and Echos – Ventures. As an entrepreneur, he has impacted more than 35.000 students worldwide and led innovation projects for Google, Abbott, Faber-Castell and many more.

Specialist in innovation and design thinking, with extensions in renowned schools like MIT and Berkeley in the United States. Also expert in Social Innovation at the School of Visual Arts and Design Thinking at HPI – dSchool, in Germany.

Naturally curious, love gets ideas flying off the paper. He always tries to see things from different angles to enact better futures. In his free time, spend exploring uninhabited places around the world surfing.