IA x humanização

Reprodução: Unsplash
Eu errei como recrutador?
Quem me conhece sabe (e olha que eu nem tô gravando vídeo de camisa branca com música triste de fundo, produzida pela minha equipe de audiovisual kkk) que eu sou uma pessoa apaixonada por pessoas. Eu erro e falho com elas o tempo todo, mas não deixo de amá-las, de lutar por elas, de insistir nelas.No dia a dia, me esforço pra ser uma ótima recrutadora: flexibilizo horários de entrevista, deixo a pessoa à vontade pra escolher entre online ou presencial, tento acalmá-la se estiver nervosa, dou uma segunda chance em caso de falha técnica ou atraso.
Pode parecer “o básico” (e eu acredito que é mesmo), mas confesso que tem sido esse o meu diferencial no mercado.Sempre que possível, dou retorno rápido após a entrevista e, quando solicitado, tento oferecer um feedback mais assertivo, com dicas que possam ajudar o candidato nas próximas oportunidades.
Mas eu errei.Errei quando não respondi uma mensagem no LinkedIn. Divulguei uma vaga que, em menos de 24 horas, teve mais de mil inscrições. Naturalmente, começaram a chegar mensagens privadas: no LinkedIn, por e-mail, WhatsApp, plataforma de recrutamento… A demanda foi absurda.
E, em meio a tudo isso, deixei uma pessoa no vácuo. Por meses.Esses dias, fazendo uma limpa nas mensagens (como estou fazendo agora), encontrei aquela conversa. E me senti péssima. De verdade.Sim, eu respondi a pessoa pela plataforma oficial da empresa.
Mas ter deixado o contato direto dela sem resposta mexeu comigo. Porque justamente esse é um dos pontos que mais me incomodam nos processos seletivos: o silêncio.
E eu reproduzi isso. Deixei uma pessoa, um sonho, um futuro, no vácuo.Depois de um tempo de terapia (rs), confesso que consegui me perdoar (e espero, de coração, que essa pessoa também tenha me perdoado).
Desde então, me comprometi a melhorar. Sempre que possível. Sempre que estiver ao meu alcance.
Num mundo em que a inteligência artificial está dominando tudo, manter o processo humano, de verdade, é extraordinário.











